Segmento pet food observa aumento de custos em matérias-primas como milho, soja e proteína de origem animal.
São Paulo, setembro de 2020 – Em 2020 a indústria de produtos pet (levando em consideração alimentos, medicamentos e acessórios) deve faturar R$ 24 bilhões, crescimento de 6,07% em relação a 2019, já descontada a inflação.
O valor previsto leva em consideração os números de janeiro a junho de 2020. Pet food representa 72% da receita; pet vet, 19,6% e pet care, 8,2%. Os dados foram compilados pela Abinpet – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, e não leva em conta as movimentações do varejo e dos criadores de animais.
Para o pet food, a projeção para este ano indica um crescimento de 6% no faturamento e 3,4% no volume, em comparação ao ano de 2019. Em contrapartida, os custos para indústria devem aumentar em 30% neste ano, o que evidencia descompasso na relação faturamento/custo. Essa disparidade afeta o preço do quilo do produto para o consumidor final.
“As matérias-primas que compõem alimentos pet tiveram aumento de custo de 30% a 35%. São commodities como milho (aumento de 40% no valor), a soja (aumento de 47%) e a proteína de origem animal (aumento de 30%). Esses ingredientes correspondem a 90% do custo total da produção pet food”, explica o presidente-executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França. O valor do dólar tem afetado o preço das farinhas proteicas de origem animal.
Por isso, o histórico de aumento no faturamento não reflete, necessariamente, crescimento real do setor. A variação alia-se à mudança de hábitos de compra do consumidor, que migra de uma linha premium para uma básica, configurando assim a desaceleração do setor pet em função do cenário econômico atual.
Soma-se a isso a alta carga tributária (para pet food, produto mais procurado, é 50,2% sob o valor total), fazendo com que o crescimento real do setor seja baixo ou mantenha a indústria estagnada.
Mercado externo | De janeiro a junho de 2020, as exportações brasileiras somaram US$ 139,7 milhões (FOB). Em valores da média do dólar em 2020 (R$ 4,97) isso representa R$ 694 milhões, alta de 8% em relação a 2019.
Em 2020, as importações do 1º semestre caíram 2,5% em relação ao mesmo período de 2019. O total foi de US$ 4,8 milhões (FOB). A média foi puxada para baixo por conta do 2º trimestre do ano, que apresentou queda de 9,3% em relação ao mesmo período de 2019.
As exportações brasileiras do setor cresceram no ano passado (2019) Foram exportados R$ 295,1112 milhões (FOB) em 2019, alta de 13% em relação a 2018. Pet food representou 83,79% desse valor, seguido por animais vivos (7,96%); acessórios (máquinas, aparelhos de pesagem, etiquetas, etc., com 6,16%); e pet care (1,83%).
Importações efetuadas pelo mercado brasileiro chegaram a US$ 8,7 milhões até dezembro do último ano, representando alta de 16% em relação ao ano anterior (2018).
Mundo | O mercado pet mundial deve crescer cerca de 5% em 2020. Um dos efeitos previstos é o Brasil retornando para a 3º colocação no ranking, com a China se consolidando na 2ª posição. O avanço da China se deve à atualização do faturamento do mercado pet chinês, que nos anos anteriores considerou a maior parte da sua população de cães como Pets. O Brasil, dessa forma, consolida sua posição à frente do Reino Unido. Seguem, depois, Alemanha (5º lugar), França (6º), Japão (7º), Rússia (8º), Canadá (9º) e Itália (10º).
Balanço 2019 |O faturamento da indústria foi de R$ 22,3 bilhões em 2019, levando em consideração a produção de pet food (alimentação), pet care (higiene e bem-estar) e pet vet (medicamentos e outros produtos veterinários). O crescimento em valor entre 2018 e 2019, descontada a inflação de 4,3%, foi de 5,3%.
Pet food representou 73,3% do faturamento da indústria, e movimentou R$ 16 bilhões, seguido por pet vet, com 18,4% (R$ 4 bilhões), e pet care com 8,3% (R$ 1,9 bilhão). O crescimento real da indústria foi liderado por produtos veterinários (pet vet) que foi o segmento que mais cresceu em faturamento entre 2018 e 2019: 10,7%; já pet food e pet care subiram praticamente o mesmo: 4,1% e 4,2%, respectivamente. No segmento pet food houve um crescimento de 3,9% em volume.
“Com base nesse número é possível estimar que 0,2% de crescimento em faturamento aconteceu devido um aumento de mix de produtos e preços. Fica claro que existe uma estagnação no segmento pet food, sem ganho real de crescimento em faturamento”, diz Galvão de França.
Sobre a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação
A associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) representa a indústria Pet, que congrega os segmentos Pet Food (alimento e ingredientes), Pet Vet (medicamentos veterinários) e Pet Care (equipamentos, acessórios e produtos para higiene e beleza). A entidade fortalece o setor por meio de ações que contribuem para o desenvolvimento de seus associados e também para aumentar a percepção de que os benefícios da relação entre seres humanos e animais de estimação se estendem a toda a sociedade.
A Abinpet desenvolveu a ferramenta de coleta de dados mais confiável do mercado: o Painel Pet, que é mantido atualizado por dados e informações enviados pelos integrantes do setor. Em 2018, o faturamento da Indústria Pet chegou aos R$ 20,3 bilhões. É cada vez maior a participação desse setor na economia nacional e, por isso, é parte relevante do agronegócio: cerca de 73,9% do faturamento é proveniente dos produtos para nutrição animal, cuja composição é 95% agropecuária, com ingredientes como milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves, bovinos e peixes.
Todos os produtos da indústria de alimentos e medicamentos veterinários são fiscalizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na Secretaria de Defesa Agropecuária (DIPOA e Vigiagro).
A associação é referência técnica para o setor e publica há dez anos o Manual Pet Food Brasil, adotado pelas principais fabricantes de alimento como guia de boas práticas. O Manual contém informações sobre os padrões técnicos e de qualidade de matérias-primas, parâmetros nutricionais, metodologias analíticas aplicáveis e condições ideais de produção para garantir alimentos seguros aos mercados nacional e internacional. Sua atualização ocorre a cada dois anos, considerando o desenvolvimento do setor.
Mais informações:
(11) 3030-9404/9436