Indústria de produtos e serviços para animais de estimação também exportou US$ FOB 351,4 milhões.
A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) levantou que, em 2015, o setor faturou R$ 18 bilhões, um crescimento de 7,6% em relação a 2014. Ano passado, o país exportou US$ FOB 351,4 milhões.
Apesar da estimativa positiva, não há desenvolvimento real do setor. O aumento do preço das matérias-primas agropecuárias (milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves, bovinos e peixes), que compõem 95% do alimento pet, impacta o custo final, atingindo o consumidor. O segmento de Pet Food representou ano passado 67,3% do faturamento do setor. No entanto, em cada alimento embalado incidem 49,9% de impostos – entre IPI, ICMS-ST, Pis/Cofins. Portanto, a cada R$ 1 gasto com alimento completo, R$ 0,50 é imposto.
A carga tributária continua sendo um dos maiores entraves para o setor. Sabe-se que aproximadamente 60% do faturamento está no consumo das classes C, D e E, altamente sensíveis aos preços. Existe, deste modo, uma desaceleração em função do cenário econômico atual. Em 2016, outro grande empecilho ao desenvolvimento dessa indústria é o aumento da alíquota do IPI em 10% a partir de maio. “Participamos da criação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva dos Animais de Estimação dentro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e um dos principais temas é a alta tributação do setor. Com mais este aumento, as famílias serão as maiores prejudicadas. Hoje, no Brasil, estamos quase atingindo a proporção de um animal por duas pessoas. A alimentação adequada dessa população de pets é fundamental, como é a do ser humano”, afirma José Edson Galvão de França, presidente-executivo da entidade.
Vale ressaltar que a tributação que trata o setor como supérfluo não condiz com o desenvolvimento do mercado, que entende e reconhece os benefícios mútuos da interação entre homens e animais para a saúde e bem-estar. Os pets são membros da família. Além disso, estudos já mostram que os animais trazem excelentes resultados em tratamentos terapêuticos e em políticas de inclusão social.
Número de pets
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2013, o Brasil tem R$ 132,4 milhões de pets, divididos em 52,2 milhões de cães, 37,9 milhões de aves, 22,1 milhões de gatos, 18 milhões de peixes e 2,21 milhões de outros pequenos animais.
A região Nordeste é a que tem o maior número de gatos, com mais de 7.380 milhões desses animais, seguida pelo Sudeste, com cerca de 7.200 milhões. Cada uma delas representa 33% da população de felinos, seguidas pelo Sul (19%), Norte (8%) e Centro-Oeste (7%).
Os cães estão concentrados no Sudeste (40%). A segunda maior região é o Sul, com 23%, seguida pelo Nordeste (20%), Centro-Oeste (9%) e Norte (8%). São Paulo é o estado com o maior número, mais de 10.550 milhões. Depois está Minas Gerais, com quase 6 milhões e, em terceiro lugar, Rio Grande do Sul, com cerca de 5,2 milhões.
O Sudeste lidera o ranking de aves, com 40% da população nacional. Depois estão Nordeste (26%), Sul (21%), Norte (9%) e Centro-Oeste (4%). O Sudeste ainda concentra mais da metade dos peixes ornamentais do Brasil (63%). Em seguida, estão Sul (20%), Nordeste (7%), Norte (6%) e Centro-Oeste (4%).
É importante ressaltar que, em média, há 1,8 cão por domicílio no país. Entre todos os domicílios brasileiros localizados na área rural, 65% têm pelo menos um cachorro, enquanto que a proporção de lares com ao menos um cão na zona urbana é de 41%. No Sul, 58,6% dos lares, ou seja, 28.9 milhões têm esse animal, enquanto no Nordeste são 36,4%. Em 2013, 44,3% das casas brasileiras tinham esse pet.
Hoje, no mundo há 1,56 bilhão de animais de estimação. O Brasil permanece o 4º maior. Em primeiro, está a China, com 289 milhões, depois Estados Unidos com 226 milhões e Reino Unido, com 146 milhões. No entanto, somos o segundo em população de cães e gatos, atrás dos Estados Unidos (74,2 e 145,2, respectivamente) e o 10º no ranking de peixes ornamentais.
Como se divide o Mercado Pet brasileiro
Dados da Abinpet apontam que todos os segmentos do mercado pet estão estagnados. A alta é muito mais um efeito da inflação e dos tributos do que de desenvolvimento efetivo. Em 2014 e 2015, seguindo a tendência dos anos anteriores, pet food foi o segmento mais representativo: 66,9% no ano retrasado e 67,3% no ano passado. Pet Serv era 17,8% do faturamento em 2014 e, em 2015, caiu e passou para 17%. Pet Care manteve-se com 8% e Pet Vet aumentou de 7,3% para 7,7%.