Futuros tutores devem estar atentos às necessidades e à anatomia desses pets, que são bem diferentes daquelas de animais mais comuns, como cães e gatos.
Nem todos nasceram para ter um cão ou gato em casa. Muitas pessoas preferem ser tutores de um pet exótico. Os exemplos incluem desde a iguana, que já é um popular animal de estimação, até novidades como o mini pig, pequenos porcos desenvolvidos originariamente para uso como cobaias em pesquisas. A lista de pets exóticos inclui o ferret, o sagui, roedores, aves como a cacatua e arara e répteis, a exemplo das cobras e lagartos. Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) estima que existam 2,21 milhões de répteis e pequenos mamíferos vivendo como pets no Brasil.
A escolha de um pet exótico envolve alguns cuidados distintos daqueles relacionados às variedades mais comuns. Se o animal escolhido for de origem silvestre, é fundamental adquirir apenas exemplares de espécies legalizadas e de vendedores licenciados. O tráfico de animais silvestres é um grave problema do mundo atual, e este negócio cruel movimenta R$ 39 bilhões por ano em todo o mundo, de acordo com a ONG WWF. Essa organização também alerta que cerca de 38 milhões de animais são retirados de seus habitats naturais anualmente no Brasil. Destes, apenas quatro milhões são realmente vendidos. Os outros acabam mortos, vítimas de maus tratos, ou são soltos fora de seu ambiente natural.
Para que o futuro tutor não caia em uma armadilha, ele deve procurar uma loja que forneça ao comprador uma Nota Fiscal com informações sobre o pet adquirido e especificações técnicas que comprovem que o animal nasceu em um cativeiro legalizado pelo IBAMA. O animal também deve ter obrigatoriamente um microchip de identificação.
Precauções especiais
Além dos cuidados com a procedência, é preciso entender que um pet exótico pode exigir mais cuidados do que animais mais populares como o cachorro, por exemplo. É importante que o dono conheça um pouco da anatomia e do comportamento do bicho que está levando para casa, para poder perceber a ocorrência de doenças. Além disso, os pet exóticos podem necessitar de acomodações e condições especiais. O ferret, por exemplo, não tolera calor excessivo. E talvez seus donos tenham que fazer adaptações em suas casas, uma vez que esse animal costuma entrar em espaços apertados, como atrás de móveis. Já para um lagarto ou uma cobra, o problema pode ser o frio, o que levaria à necessidade do investimento em aquecedores especiais e outros equipamentos para manter seu conforto. Além disso, alguns desses pets precisam de alimentação diferenciada. Todos esses custos extras podem pesar no orçamento mensal da casa, sendo importante fazer as contas antes da compra.